domingo, 6 de outubro de 2013

Observações sobre o outro: o indígena sul-americano e a erva-mate

Nota: O texto a seguir traz uma reflexão a respeito da figura do "outro", ou seja, aquele indivíduo com características culturais próprias, mas que ao olhar do colonizador, neste caso, o europeu dos séculos XVI e XVII, obtém uma denominação bárbara, não-civilizada, implantando ao indígena de forma compulsória, os costumes, a cultura e a religião européia. O objeto escolhido que é um dos elementos do etnocentrismo europeu é a erva-mate, alcunhada pelos jesuítas como a "erva-do-diabo", uma bebida pagã, que não condizia com os preceitos católicos daquela época.

Erva-mate: a linha tênue entre o jesuíta e o descobrimento do outro.
            Dos vários fatores históricos que aproximaram o indígena paranaense e o jesuíta espanhol, a erva-mate é o que merece destaque neste texto. Para o jesuíta, chegar a um ambiente novo e ao mesmo tempo estranho, é estar carregado de novas informações e olhares a respeito de costumes completamente rudimentares do habitante até então desconhecido. Paralelo a essa questão, pensa-se em Michel Foucault e o texto A vida dos homens infames (1977). Infame, no sentido de pensar uma imagem invisível daquilo que para o jesuíta, era até então desconhecido e que uma vez percebendo os costumes daquele ser novo, é preciso em grande medida, moldá-lo ao seu padrão, neste caso, religioso e europeu.
            Antes da influência dos jesuítas, os colonizadores espanhóis, descobrindo de forma gradativa pedras preciosas e outras riquezas nas terras sul-americanas, descobriram também o indígena, que além de exótico, era parte da força motriz para a exploração dessas riquezas, as quais seriam enviadas à coroa espanhola. Chamou-se encomiendas o sistema de taxa que o índio “devia” ao adelantado, seu conquistador. Tal “dívida” se referia aos serviços que os adelantados prestavam para os indígenas como proteção contra inimigos, iniciação a catequização, escambo. No final, a “dívida” acabou com o índio sendo escravo dos conquistadores espanhóis. Num primeiro momento observa-se uma relação de poder que tende tornar o indígena mão de obra barata para os interesses da coroa. O papel de infame do indígena ganha um primeiro destaque; sai o invisível e desconhecido ameríndio que possui uma cultura única e entra o ameríndio escravo, um dos primeiros papéis deste protagonista nos livros de história e nos documentos de época.
            O segundo papel deste ameríndio é o que vai de encontro com os fragmentos de um documento contido no trabalho de Temístocles Linhares; trata-se da Carta del jesuita Diego de Torres a la Inquisición de Lima sobre lo que convenia remediar en las provincias del Paraguay y otras datada de 24 de setembro de 1610. É neste documento que a erva-mate se torna a linha tênue entre o jesuíta e o indígena. Com o plano de catequização dos indígenas aprovado pela coroa, os jesuítas começam a executar seu plano de fé, já com o intuito anteriormente visto de torná-lo civilizado para ser instrumento de exploração de riquezas. Diante de vários costumes, que ao olhar do jesuíta são novos, o que chama a atenção é o uso constante da erva-mate. De forma rudimentar, os indígenas bebiam o mate num porongo e utilizava de uma espécie de canudo (hoje, conhecido como bomba) com um trançado bastante engenhoso, que evitava que as folhas chegassem ao longo da bebida. Tal costume era diário e poderia ser bebido tanto com água quente, quanto água fria.
            O objeto veio à tona. E com ele, a relação fortemente ligada com os “homens infames” de Foucault. Ele já dizia em parte do seu texto: “Divertamo-nos, se quisermos, vendo aí uma revanche: a chance que permite que essas pessoas absolutamente sem glória surjam do meio de tantos mortos, gesticulem ainda, continuem manifestando sua raiva, sua aflição ou sua invencível obstinação em divagar, compensa talvez o azar que lançara sobre elas, apesar de sua modéstia e de seu anonimato, o raio do poder”. Ou seja, é necessário que exista o outro para que exista a história; e na bagagem, existe as relações de poder, em caso mais específico deste texto, o biopoder.
            Na carta do jesuíta Diego de Torres, é possível perceber fortemente o biopoder europeu em relação ao não civilizado, ao estranho, ao pagão. A bebida da erva-mate foi enviada por um deus pagão, neste sentido, um deus que não pertence aos ditames da igreja católica. Partindo desse argumento, o jesuíta se apropria dos elementos inerentes à erva-mate: é um alimento diurético, revigorante e, comparado ao álcool, também proporciona o vício: eis que surge a “erva do diabo”.
            O jesuíta Diego de Torres, segundo Linhares, era o “provincial da Companhia nas Províncias do Paraguai, Tucumán e Chile [...]” (p. 9) e o autor da carta que traz, segundo eles, os males que a erva-mate fez ao indígena no processo de colonização e catequização. Novamente segundo Linhares, a carta mostra que o “mate e seus ferventes materos, como seria logo de imaginar, eram nela tachados de nefandos à religião, à moral e à saúde dos indivíduos” (p. 9-10). Mudar todo o conceito de religião do indígena em seu território e condenar a erva-mate fazia parte de sua missão. Grande argumentador, Diego de Torres afirmava que a erva-mate fazia não só mal ao corpo como também ao espírito: “Casi todos los que usan de este vicio dicen em confesión y fuera de ella que es vicio, pero que verdaderamente no pueden enmendar y entiendo que asi lo creen, y de cierto se inmienda uno, y lo usan cada dia, y algunas veces com harto daño de la salud del cuerpo y mayor del alma” (LINHARES, 1969, p. 10). Diante de um poder estabelecido em leis europeias e católicas, o indígena não teve vez. Sua religiosidade e seus costumes estavam dominados por todos os lados. A erva-mate era o elemento que faltava para o indígena se “auto condenar” diante dos preceitos dos jesuítas e da igreja católica. Dos vários argumentos que chamam a atenção na carta de Diego de Torres, um deles fala sobre os sacramentos e a dificuldade que os jesuítas enfrentavam no momento do sacramento da eucaristia. Os argumentos sobre os malefícios do mate no momento da eucaristia na visão de Diego Torres eram: “primera porque no puede aguardar que se diga la misa sin tomar esta yerba, y segunda porque, habiendo comulgado, provoca esta yerba una gran indecencia para el Santísimo Sacramento” e acrescenta: “salen com gran nota de la misa a orinar frecuentemente” (LINHARES, 1969, p. 10).
            No fragmento observado, é possível perceber os elementos de representação (a erva-mate sendo uma bebida enviada por um deus pagão se torna símbolo de vergonha para o santo sacramento católico) e apropriação (a erva-mate é puramente diurética e sair para urinar era considerado desrespeito gravíssimo). O biopoder é o elemento central de dominação do colonizador espanhol; e o segundo momento observado que trouxe novamente o indígena no centro das atenções etnocêntricas, foi o seu vício, a erva-mate.
            Michel Foucault ajuda a fechar o raciocínio em torno do indígena até então infame e que seus elementos culturais foram apropriados pelos colonizadores e jesuítas para exercer um poder que transformou a vida do até então desconhecido índio sul-americano: “Vidas que são como se não tivessem existido, vidas que só sobrevivem do choque com um poder que não quis senão aniquilá-las, ou pelo menos apagá-las, vidas que só nos retornam pelo efeito de múltiplos acasos, eis as infâmias das quais eu quis, aqui, juntar alguns restos”. Tais acasos é que o torna o indígena um dos protagonistas de nossa história e que ainda é visto como “minoria”. Cabe ao indígena uma dívida de elementos culturais que são utilizados por nós no dia-a-dia e que nem percebemos que são de tal origem. Puxando para algo mais próximo, aqui no Paraná temos muitos elementos culturais deixados pelos indígenas e que poucas vezes tem um valor importante e percebido. Tais elementos são:

1 -  influência étnica: os milhares de índios que habitavam o Paraná foram em sua maior parte eliminados definitivamente ou incorporados à sociedade, pela miscigenação;
2 – vocabulário: os termos de origem tupi-guarani ou jê no linguajar diário são muitos, como por exemplo: Paraná, Curitiba, Paranapanema, Paranaguá, Iguaçu, Tibagi, Marumbi, canjica, butiá, vossoroca, guri etc. Sua contribuição linguística ocorre sobretudo nos nomes de acidentes geográficos, como rios, serras, picos, etc;
3- alimentação: a farinha de mandioca é de uso muito difundido entra a população. A importância desta farinha para o índio como a da farinha de trigo para o homem branco. A eliminação do ácido venenoso que a mandioca brava possui proporcionou uma grande fonte de alimento para os índios. Seu uso é hoje conhecido em todas as camadas sociais. Também o uso do mingau, canjica, paçoca, etc. tem origem entre os índios;
4 – o uso da eni (rede), hoje generalizado: os índios a usavam para dormir em suas ocas, porque não tinham cama;
5 – a erva-mate: foram os índios da família tupi-guarani que ensinaram ao homem europeu a utilização desta erva. Hoje seu uso é definitivo nas tradições sulinas, sob a forma de chá quente, gelado ou do tradicional chimarrão;
6 – o fumo: os europeus não conheciam o fumo. Vieram conhecê-lo na América. Os índios utilizavam-se desse vegetal, fumando cachimbos de barro. Hoje é usado universalmente sob a forma de cigarro ou charuto;
7 – o costume do banho diário e do cabelo cheio de loção: são elementos aprendidos com os índios (WACHOWICZ, 2006, p. 16).


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, Samuel Guimarães da. A Erva Mate. Curitiba: Grafipar, 1989.

LINHARES, Temístocles. História Econômica do Mate. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1969.

WACHOWICZ, Ruy Christovam. História do Paraná. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2010.


sexta-feira, 17 de maio de 2013

Triste manhã de maio

Vi ao longe de soslaio

Muito cedo a contemplar

Um amargo a notar

O que o vento derrubou

Espalhados pelo chão

Sapês, folhas e um galhão

Meu pinheiro não tombou

Mas também não deu pinhão.

Autor: Paranã






Lange de Morretes
Frederico Lange de Morretes, nascido em Morretes no ano de 1892, foi pintor, desenhista, gravador e professor. Estudou pintura aos 13 anos com Alfredi Andersen, e depois, foi à Alemanha, onde estudou durante cinco anos artes gráficas em Leipzig, e ,ais cinco anos na Escola Superior de Belas Artes de Munique. De volta ao Brasil em 1920, deu aulas na Escola Normal de Curitiba (hoje Instituto   de Educação do Paraná) e fundou a Escola de Desenho e Pintura onde lecionou até 1932. Ao lado de João Turin e João Ghelfi, criou o Movimento Paranista. São dele também os os pinhões estilizados geometricamente que vieram a compor as calçadas paranaenses, além da descoberta de um novo espécime de molusco, em seus estudos de malacologia.

quinta-feira, 16 de maio de 2013





Minha terra tem verdes pastos, verdes campos  e floresta,
    Me criei assim, criando gado, quebrando o chapéu na testa,
                 Durante seis dias da semana a lida é bruta e no domingo faço festa,
          Eu me pilcho diariamente e sempre tem um asno que contesta,
                     No meu costado trago um par de livros pois a História é minha mestra.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O VELHO TROPEIRO



Hoje Velho...
Cavalgando no lombo do cavalo
Me lembro da vida que tive;

Do gado que guiei ao toque do berrante
Das gurias que amei
E delas fui o melhor amante,
Das cidades que fundei,
para ter uma cama quente e aconchegante;

Do mate que bebi,
e esquentou meu corpo.
do Vanerão que dancei, 
das esporas que usei,
E os tablados que arranhei;

O Churrasco que alimentou
meu corpo
O chimarrão que esquentou
minha alma;

No lombo do cavalo,
encontrei meu companheiro,
que me segurou quando tanques estouravam na estrada.
Que me flutuou quando
um banhado atravessei,
e me esquentou quando um teto não encontrei.
E com ele
 a fria geada aguentei;

Galhos cortei,
matas adentrei,
e na sombra da Araucária
Me deitei;

Pela Praia, com o gado cavalguei
junto com o muar,
e ao meu destino finalmente cheguei.
O gado engordei,
fui para a cidade,
Encontrei uma polaca e me apaixonei,
e disse a ela: " Não chores Chê, um dia voltarei!"

Voltei pra estrada,
pra fria serra gelada.
Com o mate na Cuia
a gaita no colo, 
E o Paraná no peito.


O Gado eu vendi,
mas pra Curitiba eu voltei;
E com a Polaca
 me casei.


domingo, 28 de abril de 2013

Memória a Araucária

Vejo uma Araucária; 
solitária pela janela; 

Tomando sozinha uma fria geada, 
e me pego pensando 

Na tristeza que abete sobre ela. 
ao ver suas irmãs e irmãos.

Cortadas e ostentadas 
em restaurantes e salões. 

Tempos atrás; 
em suas sombras, 


Nascia a Erva Mate; 
que esquentou o tropeiro, 
o jesuíta, maragato e o garimpeiro; 

Seus galhos 
serviu como refúgio da geada, 
Para os Xetás, Xoklengs e Guaranis, 
Até para os Tupys e Tupiniquins. 

Mas hoje, 
A grande e forte Araucária, 
Toma sozinha,
Essa mesma fria geada.


quinta-feira, 25 de abril de 2013

24 de abril - Dia do chimarrão


Nota: A postagem em questão não quer oferecer uma rixa ou coisa do gênero entre paranaenses e sul-riograndenses. A cultura gaúcha é única e além do mais, é necessário comemorar essa tradição e esses costumes, tão comuns do sul do Brasil e que a história mostra em suas páginas.



O dia 24 de abril de 2003 é a data que marca o dia do chimarrão no Rio Grande do Sul. Tal data marca a lei 11.929 de 20 de junho de 2003, estabelecendo o chimarrão (e o churrasco) como símbolos do Rio Grande do Sul.
Com relação a isso, é necessário voltar nas páginas da história da erva-mate e redescobrir suas origens e os caminhos que levaram o chimarrão até o Rio Grande do Sul. Um dos pontos de partida, e por que não dizer, um ponto importante, é o consumo de erva-mate pelos indígenas paranaenses e que mais tarde foram alvos da catequização dos jesuítas espanhóis na Província del Guayrá, atual cidade de Guaíra no Paraná. 



É necessário também destacar que as missões jesuíticas foram fortes também no Paraguai (definindo mais tarde o nome científico da erva-mate pelo explorados francês Auguste de Saint-Hilaire - Ilex-paraguariensis).
Em sua História econômica do mate, o autor Temístocles Linhares discorre os pontos principais caminhos da erva-mate, até ela se tornar símbolo de uma economia poderosa no século XIX e colocando em evidência o então recém-nascido Estado do Paraná, como principal produtor, exportador e difusor da erva e da bebida tão bem acolhida até hoje pelos sulistas brasileiros (e argentinos, uruguaios, paraguaios, chilenos).
Voltando novamente no tempo, foram os índios tupi-guarani que primeiro usaram a erva para bebida. Usavam um porongo para depositar a erva, colocavam água quente ou fria e utilizavam de um canudo de taquara com um engenhoso trançado na base para sorver a bebida da erva. A partir disso, o uso foi difundido pelos jesuítas (que num primeiro momento a condenavam e lhe deram a alcunha de "erva-do-diabo", uma vez ela sendo diurética, fazia com que os indígenas saíssem no meio da missa para urinar, um ato desrespeitoso na visão deles), bem como a produção que só cresceu e se tornou uma atividade comum no Paraná, principalmente no litoral.
A economia ervateira paranaense por si só se consolidou no século XIX, quando os engenhos de mate se fizeram frequentes no litoral (Morretes, Antonina) e no planalto, com destaque para Curitiba, região que abrigava muitos ervateiros. Um dos produtores que obteve destaque na economia ervateira no século XIX foi Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul.
O Barão do Serro Azul foi um homem à frente do seu tempo. Aliou tecnologia e sua visão inovadora sobre negócios e economia. As primeiras máquinas de beneficiamento de erva-mate foram feitas pelo engenheiro Francisco Camargo Pinto - bolsista do Imperador D. Pedro II - que estudou na Europa e trouxe inovações tecnológicas para o Brasil. As novas máquinas de beneficiamento de mate (até então o mate era ainda produzido de forma "primitiva" utilizando a técnica de Francisco Alzagaray, argentino, que por volta de 1820, chegou à 5ª comarca de São Paulo, até então, para ensinar as pessoas, o real beneficiamento de mate) trouxeram uma produção mais rápida e em larga escala, em relação a produção antiga, utilizando-se pilões e moinhos. 

   Barão do Serro Azul

Grande produção, era necessário exportar. No começo, as exportações de erva-mate eram feitas pelos tropeiros parananenses, que a transportavam em surrões (bolsas feitas de couro, que quando secas, condicionavam melhor o mate para ser transportado) no lombo de burros de carga pelos caminhos traçados pelas tropas até chegar ao porto de Paranaguá e de lá, ser exportado para a Argentina (nosso principal consumidor) e para outros países como Chile e Uruguai.
Mais uma vez, com o advento da tecnologia, surgiu a estrada de ferro por volta dos anos 1850, o que facilitou ainda mais o transporte de erva-marte, agora acondicionada em barricas de madeira e transportadas com mais agilidades e escoadas pelo porto de Paranaguá.

                                                            Rótulos de barricas de erva-mate 

Em linhas gerais, o mate proporcionou a emancipação politica do Estado paranaense do Estado de São Paulo (1853), colocou o Paraná (e por que não dizer o Brasil) em evidência na exportação do produto para a Argentina e difundiu a bebida originária dos indígenas do Paraná espanhol para o restante do sul do país.
Se chegamos a uma conclusão sobre isso, é possível perceber que a erva-mate e o chimarrão são tipicamente paranaenses, bem como o churrasco e as tradições gaúchas levadas pelo sul do Brasil através dos tropeiros que saíram daqui do Paraná.
As páginas da história paranaense são ricas e cheias de detalhes preciosos sobre a erva-mate. Deixemos de lado as rixas e sorvemos juntos um belo trago de chimarrão!

Habemus Mate!

Para saber mais sobre a erva-mate, recomenda-se:

LINHARES, Tenístocles. História Econômica do Mate. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1969.
COSTA, Samuel Guimarães. A Erva-Mate. Curitiba: Editora UFPR, 1989.
PADIS, Pedro Calil. Formação de uma economia periférica: O caso do Paraná. Curitiba: IPARDES, 2006.
SANTOS, Carlos Roberto Antunes dos. História da Alimentação no Paraná. Curitiba: Editora Juruá, 2007.
CARVALHO, Marcelo da Silva. Economia ervateira paranaense: O papel do Barão do Serro Azul (1878-1894). Curitiba: Trabalho de Conclusão de Curso - Graduação em História - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 2011.

sábado, 20 de abril de 2013

Lembrança aos índios Paranaenses

Em minha simples lembrança ao dia do índio, queria fazer uma recordação as tribos paranaenses como o Xetá e o Xokleng, que tiveram seu habitat devastado pela plantação de café e cana de açúcar. 
O Xetá que habitava a serra dos dourados, região próxima a Umuarama, de todo um povo que existia, com traços únicos, hoje são apenas 4 sobreviventes, uma tribo praticamente em extinção, e se formos ver mais a fundo, diferentemente de outras tribos não tiveram direito a terras demarcadas.
O jornal o Estado do Paraná publicou a seguinte frase em 1954: "(...) trabalha-se, luta-se e mata-se por um punhado de terra que sirva para a plantação de cafezais. (...) a madeira não interessa, queima-se a floresta para facilitar os loteamentos..."
E assim foi-se o Xetá, dos primeiros contatos oficiais feitos por Loureiro Fernandes e Vladimir Kozak, na década de 50, eram aproximadamente 250 índios. Segundo os jornais da época, muitos foram sequestrados por fazendeiros e cafeicultores, conforme matéria de um jornal local em 1962: "Lavradores sem terras destroem impiedosamente os remanescentes da tribo Xetá no noroeste do estado. Consta que várias crianças foram sequestradas...".
Na foto, o tcheco Vladimir Kozak junto com índio Xetá.


Vídeo feito pela Universidade Federal do Paraná mostrando os Xetás em seu habitat natural.